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quarta-feira, 8 de junho de 2011

Mulher mandona

Na sua casa, quem tem a palavra final: você ou o maridão? E isso é bom ou ruim



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O mulherio está demais: tem uma profissão bacana, educa criança, malha glúteo, entende de política e ainda estaciona em vaga apertada. Dia após dia, conquistamos mais espaço no mercado de trabalho e na sociedade de modo geral. Resultado? Um monte de mulheres donas dos seus próprios narizes, que não aceitam receber ordens do primeiro que aparece. Aliás, a mulherada é quem manda.

Aí a gente chega em casa, tira a sandália na sala e dispara uma sequência de ordens – e elas não são endereçadas ao filho pequeno ou à empregada, mas ao marido. Na sua casa, quem tem a palavra final: você ou o maridão? E isso é bom ou ruim?



A usuária da rede social do Bolsa de Mulher Luazinha assume: é mandona mesmo. “Gosto das coisas sempre do meu jeito. O problema maior é com o meu namorado: eu quero que ele seja perfeito e me esqueço de que ninguém é”, conta ela, que depois de dar as ordens, acaba se arrependendo. “Sofro muito com isso, porque nem sempre as coisas saem como eu quero e o que acontece é que eu me irrito muito e não sei como ser mais flexível”, desabafa.

No peito de uma mulher mandona também bate um coração – e ele está cheio de boas intenções. É o caso da usuária do Bolsa de Mulher Sinhaninha que, de uns tempos para cá, vem tentando ser menos autoritária. “Já fui mais mandona. Hoje em dia divido com o meu marido as decisões referentes à criação de filhos, como pagar as contas e o que comprar para a casa”, conta ela, para em seguida completar: “Mas na hora de bater o martelo, a última palavra é a minha! Tenho esse temperamento meio autoritário, mas é sempre para o bem estar da família”, diz.

Ela manda, ele também

Para a usuária do Bolsa Amorehh, dentro de casa não pode existir esse negócio de um querer mandar mais do que o outro. “Mulher mandona é tão feio quanto homem mandão. Acho ridículo nos dois casos”, diz ela, que é a favor da divisão das tomadas de decisão. “É claro que tem coisas que eu decido e outras que meu marido decide, mas tudo normal, nada que gere conflitos ou que faça um de nós se sentir maior ou menor que outro. Somos muito companheiros, não tem porque esquentar a cabeça com essas coisas”, conta.

Segundo a psicóloga Sabrina Dotto Billo, não há dúvida de que as conquistas cada vez mais frequentes das mulheres, sobretudo no âmbito profissional, refletem em suas vidas amorosas. “Os homens, por vezes, se sentem amedrontados pelas mulheres fortes e provedoras - função antes exercida por eles”, explica, lembrando da necessidade de que os novos relacionamentos sejam reestruturados, uma vez que não dá mais para seguir o modelo ditado pelas gerações anteriores.

Pior para quem manda

Ser mandona no relacionamento é bom ou ruim? “Depende da combinação, seja ela verbalizada ou implícita, do casal. Enquanto alguns homens não suportam, outros até preferem, pois se sentem numa posição de conforto ao deixar as decisões por conta da mulher”, afirma Sabrina, garantindo que quem corre maior risco com isso é a pessoa que é autoritária. “Ao centralizar decisões, o nível de estresse tende a se elevar”, finaliza.

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